quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Amplitude Sonora

Flávio Renegado, que lança o disco "Minha Tribo É o Mundo", 
neste sábado, já não é o mesmo

Renegado começou a carreira no grupo NUC do Alto Vera Cruz 
Felipe Pedrosa
O menino do Alto Vera Cruz cresceu. Não apenas na estatura. Sua música evoluiu. E, como se fosse uma profecia das escrituras, o título "Minha Tribo É o Mundo", do seu segundo disco, transcreve os novos tempos do cantor Flávio Renegado, que, recentemente, levou suas rimas para os gringos.

Com o rap na circulação sanguínea, o músico não se intimidou em vestir suas músicas com samba, reggae e R&B. "Eu estou mais dentro do rap de verdade, da música do povo e da realidade do brasileiro. Seria menos legítimo eu pegar o gospel norte-americano e acoplar com a minha música do que colocar o canto do candomblé, o samba e o baião", explicou Renegado, sobre a nova sonoridade do seu mais recente álbum. 

Além de mesclar sons, o mineiro tomou uma atitude para valorizar o instrumental de sua nova safra: nenhum vocalista, além dele, é claro, participou do disco. "Quis sair daquele clichê de vários vocalistas - embora eu dialogue muito bem com a nova safra de cantores. O rap é sempre observado pela letra, pelo que é dito. Mas quero que as pessoas prestem atenção no instrumental, nessa nova experiência", revelou, aludindo à importância dos músicos na construção do disco. 

Sendo o cantor fruto do Alto Vera Cruz, a realidade da comunidade está sempre presente na sua arte. Mas, dessa vez, a Europa também dá as caras. "Conhecer o Velho Mundo me fez ver novas possibilidades, novos horizontes. E eu me permiti ser tocado por essa outra cultura".

Rapper Dedicado. Com a abertura de DJs, Flávio Renegado apresenta o repertório completo do álbum "Minha Tribo É o Mundo" neste sábado, dia 29, às 22h, no Music Hall (avenida do Contorno, 3.239, Santa Efigênia). Canções do seu disco de estreia, segundo o rapper, também estarão no set list. Renegado, apesar de já estar com músicas inéditas e engavetadas, vai dedicar a apresentação ao novo trabalho. "Não vou tocar nada muito inédito. Vou esperar a galera digerir o disco atual, entender e se alimentar dele", explicou. 

Fé. Em algumas faixas, é possível identificar um certo sincretismo africano. "A fé, mais do que tudo, calça a minha carreira. A matriz africana está presente no meu trabalho. É a religião a que sempre estive próximo e respeito", disse o rapper.

*Matéria publicada no jornal Super Notícia do dia 26 de outubro de 2011.
*Foto: Mario Canivello/Divulgação

Um comentário:

  1. Foi a melhor matéria que li sobre o lançamento do CD do Renegado. Curti demais o lead.

    Bjo

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