domingo, 17 de junho de 2012

Compasso

"Sushi", Tulipa Ruiz
"É isso que dá contar com o certo
Nem sempre o amor se encontra tão perto"

Rodopiou pela rua. Subiu no banco de um ponto de ônibus qualquer e dançou no meu compasso. Deu-me as mãos. Abraçou-me. Cantou Otto. Imitou os trejeitos de Otto pela rua cinza, mas iluminada por sua presença. Não viu a noite passar, mas viu o sol nascer sem foco. Nesse instante, o único brilho no seu olhar era por conta dos raios solares – eles cortaram seus sonhos. O silêncio se fez.  “Os dias passam”, escutou. Passaram. Dias, semanas e, talvez, meses. Uma alegria nasceu de dentro para fora. Que gosto é este? Que cheiro é este? Que toque é este? Não precisou ter respostas, apenas a experiência tátil. Mas os dias passam...  

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Conversas de cinema

O argentino "O Segredo de Seus Olhos" inaugura cineclube no Sesc Laces JK


Por FELIPE PEDROSA
O filme argentino "O Segredo de Seus Olhos", do diretor Juan José Campanella, vencedor do prêmio de Melhor Filme Estrangeiro do Oscar 2010, inaugura hoje, dia 18, às 19h, o projeto Cineclube 1º Plano, do Sesc Laces JK. Nessa primeira sessão, a imagem do longa-metragem será discutida para além do que é observado pelo público.

Realizado sempre as quartas-feiras, a ideia do Cineclube é discutir as curiosidades, bastidores, processo de produção e fazer reflexões sobre as obras selecionadas. As sessões são realizadas na sede do Sesc Laces JK (rua Caetés, 603, centro, Belo Horizonte) e tem a entrada gratuita.


Próximas sessões:
25/4 "O Oitavo Dia" (1996), Jaco van Dormael.
2/5   "Palavra (En)Cantada" (2008), Helena Solberg, e "Vale dos Poetas" (2002), Marcílio Brandão.
9/5    "Antes da Chuva" (1994), Milcho Manchevski.
16/5  "O Caminho das Nuvens" (2003), Vicente Amorim.
23/5  "A Conversação" (1974), Francis Ford Coppola.


Lenine, músico pernambucano, é um dos entrevistados
do documentário "Palavra (En)Cantada"




terça-feira, 17 de abril de 2012

Discografia do Los Hermanos será lançada em vinil

LP's serão comercializados apenas no fim do mês

Por FELIPE PEDROSA

Até o fim de abril, a discografia da banda Los Hermanos estará disponível em vinil  —  Long Play, simpatias! A iniciativa de lançar os álbuns "Los Hermanos", "Bloco do Eu Sozinho", "Ventura", "4" e "Ao Vivo na Fundição" é da Polysom. 


Os bolachões poderão ser adquiridos separadamente, mas, para quem tiver um capital a mais, vale a pena comprar a caixa de luxe, contendo os quatro discos de estúdio e, de quebra, o ao vivo, gravado na "despedida" dos caras, na Fundição Progresso, no Rio de Janeiro.

Os valores não foram divulgados.

POLYSOM/DIVULGAÇÃO


domingo, 15 de abril de 2012

Ótima ideia

Gustavo Rampini/Terra
Imagem publicada no site Terra para ilustrar uma matéria sobre o aluguel de bicicletas no Rio de Janeiro. O serviço, vinculado ao banco Itaú, tem cerca de 15.000 usuários ativos. Está na hora de outras capitais adotarem a ótima ideia. #AcordaBH

sábado, 14 de abril de 2012

MPB, jazz e bossa nova no Santê

Da REDAÇÃO
A banda Take Five, figurinha carimbada dos movimentos jazzísticos de Belo Horizonte, vai embalar o fim da manhã e inicio da tarde deste domingo, dia 15, na praça Duque de Caxias, no Santa Tereza, na capital mineira.

Perpassando clássicos da MPB, do jazz e da bossa nova, o grupo musical integra a 8ª edição do projeto Aqui Jazz. No palco, eles ainda receberão o compositor Renato Motha, que fará uma homenagem ao maestro soberano Antônio Carlos Jobim. 

A entrada é gratuita!

WEB/REPRODUÇÃO

terça-feira, 3 de abril de 2012

Palavra Som

Da REDAÇÃO
Mentes no mesmo ritmo, corações desenfreados, corpos no mesmo compasso. Uma semana de canção contemporânea. Debates, shows, conversas, trocas e transar musicais. Palavra Som, de 16 a 22 de abril, na praça Floriano Peixoto, no Santa Efigênia.




acesse: www.palavrasom.com

sexta-feira, 30 de março de 2012

'Canções de Apartamento', agora, tem chancela

Deck Disc vai distribuir o primeiro disco do cantor Cícero

Da REDAÇÃO
Comentado na imprensa, analisado por músicos e escutado por muitos, Cícero acaba de fechar uma parceria com a Deck Disc para semear o cultuado disco “Canções de Apartamento” por todo o Brasil. 

O primeiro álbum do cantor, que foi gravado de maneira independente, foi lançado em junho do ano passado e, desde então, disseminado na internet. Apesar dos vários likes no Facebook, os shows do rapaz só começaram a acontecer com frequência em outubro passado. Ele já levou os seus versos para Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, Brasília e Goiânia.






sábado, 24 de março de 2012

Profeta do amor

Criolo, em Belo Horizonte, desfiou o 'Nó na Orelha' e fechou com faixas do 'Ainda Há Tempo' 

Por FELIPE PEDROSA
foto: web
A imensa fila em frente ao Music Hall (av. do Contorno, 3.239, Santa Efigênia) anunciava o espírito que rondaria o público no segundo show de lançamento do disco “Nó na Orelha”, do Criolo, em Belo Horizonte. E pensar que um ano antes, no festival Transborda – realizado na acalentadora Praça do Papa, no Mangabeiras – poucos sabiam entoar os versos do profeta do amor.

Criolo surgiu sereno, com um cap de marinho a tiracolo. Sim, ele foi o capitão da sexta-feira passada, dia 23, e conduziu muito bem a viagem sonora da noite passada. Quem não entrou na casa antes do músico desfiar a primeira faixa do repertório, teve a surpresa de ouvir “Sucrilhos”, letra e melodia saborosa não só no nome. A ordem das canções, dali em diante, é o que menos importava. Os homens de espíritos inquietos flutuavam com as rimas fáceis e pesadas do paulista.

“Nó na Orelha” foi tocado na integra. “Freguês da Meia Noite”, entretanto, surpreendeu o rapper que há 20 anos está na labuta do rap nacional. O público não cantou, não recitou, não falou, ele rugiu os versos da canção. “Graujauex”, “Não Existe Amor em SP” e “Bogotá”, que fechou o show antes do bis, foram outros destaques da noite. Apesar da popularidade dessas canções, elas não abafaram o viés contestador e a importância de músicas pregressas de Criolo.

O bis, como é de costume, aconteceu. Três faixas do álbum “Ainda Há Tempo”, de 2006, marcaram a despedida do músico, que demonstrou ser um ótimo vocalista, transitando entre graves e agudos e se comprometendo com a qualidade sonora da apresentação. Sem grandes estripulias no palco, Criolo se manteve atento ao que a plateia dizia, agradeceu várias vezes o carinho e declarou: “Vocês são uma geração que faz a diferença”.

Público. Quem acompanha a cena do rap nacional desde a guerrilha de caras como Thaíde e Racionais MC’s notou uma diferença enorme na massa que se aglutinou para prestigiar o show “Nó Na Orelha”, do Criolo. Favela, classe média e burguesia mineira dividiram o mesmo espaço, onde não havia o excludente camarote. Todos ali queriam apenas mergulhar na música de um cara que veio para dar uma nova roupagem a música da periferia.

Criolo, por meio dessa sua experiência sonora, erigiu a própria carreira, que estava prestes a minguar (o cara estava decidido em parar de cantar quando entrou em estúdio para registrar o premiado “Nó Na Orelha”) e aplicou as brasilidades e latinidades em muitas pessoas, que descobriram que a música nacional é bastante palatável.

*Matéria publicada no O Tempo Online no dia 24/03/2012

sexta-feira, 23 de março de 2012

Versos do Criolo

Rapper paulista, revelação da nova música brasieira,
se apresenta hoje em BH 

Por FELIPE PEDROSA / Foto JUNIOR FURLAN

A primeira música do "Nó de Orelha" a fazer
sucesso foi "Não Existe Amor em SP"
 

Até o início do ano passado, o nome Criolo circulava com força apenas pela capital de São Paulo e em cidades adjacentes. Um ano depois, a música do paulista ecoou por diversos municípios brasileiros e aderiu fãs de grande estirpe, como foi o caso de Chico Buarque, que chegou a cantar uma adaptação que o rapper fez para "Cálice" em sua última turnê.


A crítica musical, que demorou a analisar o premiado álbum "Nó Na Orelha" (o disco faturou o Prêmio Bravo! Bradesco Prime de Cultura e três categorias do VMB 2011, da MTV), agora define as rimas de Kleber Gomes como versos sensíveis, afinal, o cara transita bem pelo sentimento amor, pela contestação social e por diversos ritmos.

É com essa destreza de caminhar pela música que Criolo subirá, hoje, ao palco do Music Hall (avenida do Contorno, 3.239, Santa Efigênia) para apresentar pela segunda vez em Belo Horizonte o disco "Nó de Orelha".

Com ingressos valendo R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia), o evento começa a parir das 22h. Sucessos radiofônicos do paulista mais comentado do momento, como "Não Existe Amor em SP" e "Grajauex", não faltarão no repertório.

Rap de Minas. O DJ Roger Dee e os manos do Julgamento - banda formada em Belo Horizonte em 1995 - fazem as honras da casa e aquecem os espíritos inquietos na noite de hoje. O grupo Julgamento, aliás, apresenta o repertório do seu mais recente trabalho, o EP "Muito Além".


*Matéria publicada no jornal Super Notícia do dia 23/03/2012

Coração

Foto: Samuel Aguiar
Foto que ilustrou a matéria "Corações enfeitam a capital" do jornal O Tempo, do dia 21/03/2012.

terça-feira, 20 de março de 2012

Debute do Cordoba na'Obra

Banda de BH lança o primeiro EP da carreira no bar dançante A Obra


Por FELIPE PEDROSA
Formada em 2010, na cidade de Belo Horizonte, a banda Cordoba perpassa o rock'n'roll clássico e o hard core no debute "That's All For Now", que será lançado amanhã, dia 21/3, no bar dançante A Obra, às 22h.

João Paulo Vale (baterista) conta que as cinco faixas do EP ("The Night", "Grenade", "Walk Away", "This Is Not The End" e "On My Own Way") serão tocadas na integra, além de outras músicas e, claro, alguns covers. "Learn to Fly", do Foo Fighters, e "Sunday Blood Sunday", do U2, estão nesse set list.

O Cordoba ainda traz em sua musicalidade influências de Hot Water Music, Rise Against, Thrice, dentre outras. A banda é formada por Eduardo Melo (vocal), André Lima (guitarra), Carlos Braga (guitarra), Tadeu Toussaint (baixo) e João Paulo Vale (bateria).

SERVIÇO
O quê. Show Cordoba
Quando. Dia 21 de março, às 22h 
Onde. A Obra, Bar Dançante (rua Rio Grande do Norte, 1.168, Savassi), às 22h
Quanto. R$ 10
Mais informações. (31) 8827-1987 


Sequência. André Lima, Tadeu Toussaint, Eduardo Melo, João Paulo Vale, Carlos Braga 

* Foto de divulgação

terça-feira, 6 de março de 2012

Seu beijo — parte 2

“A Casa é Sua” (2009), Arnaldo Antunes

Por FELIPE PEDROSA
Dez anos se passaram e, segundo o meu calendário, o mundo se rarefez naquele dia. Um sábado quente do mês de março. As aulas haviam começado e nós, ainda muito jovens, corríamos atrás de uma profissão, de um diploma, de um conhecimento vago que fosse. Você formou? Em qual universidade? Qual a sua graduação? Faço-me de tolo só para ter as suas respostas. Elas já não são novidades para mim.

"João, por favor, traz mais uma". Essa é a quinta ou sexta cerveja que tomo em menos de uma hora. Enquanto isso, o cigarro queima no canto da minha boca. Costuro, em guardanapos sujos e vagabundos, cada momento do nosso conúbio. Por um instante, reflito nos dias que não passamos juntos. Bar do João   não havia uma birosca com um nome mais poético para minhas linhas melosas e pregressas?!

Ainda guardo as fotografias que tiramos juntos. Aquela Polaroid era uma deusa. Mas conto sobre ela em uma outra hora. O seu beijo veio à baila. A suavidade, temperatura e sabor são únicos. A melodia dele, porém, não deve ser mais a mesma do meu. Foram outros tempos. Não sou mais a mesma pessoa nem você é. Os seus lábios, agora, são entregues ao Luiz, Lucas, Felipe, Thiago... e, para mim, restou apenas uma espessa lembrança dos seus cachos, mechas lisas, pele morena, branca, rosada, olhos cor de mel, castanhos, negros como a noite. Ah, desculpe Vinicius de Moraes, mais o homem também precisa ter qualquer coisa de triste, qualquer coisa que chora, qualquer coisa que sente saudade. Eu, por exemplo, sinto a falta dela.

Cambaleando vou ao banheiro. A sensação do álcool na corrente sanguínea é fugaz e não apaga essa flâmula de sentimento. “Um cigarro picado, por favor”. Esse deveria ser meu último pedido, mas não é. “Mais uma, João”, grito.

As horas passam, e o dono da quitanda diz que precisa fechar. A porta de aço já está baixa, a sinuca em silêncio e as cadeiras de pernas erguidas para o céu. Aliás, hoje é dia de lua cheia. Queria te ver, te encontrar e, talvez, pela última vez dizer: eu te amo!

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Seu beijo

"Isso" (2001), Titãs.

Por FELIPE PEDROSA
Evito falar de mim, dos meus desejos, das minhas saudades. Tenho medo de ser clichê, piegas e, quem sabe, brega. Mas, não sei porque, o teu último beijo ainda me consome. Fiz poemas, sonetos, textos caprichosos pensando em você e, tenho certeza, nenhum foi percorrido por seus olhos, ora negros, ora castanhos. E, agora, eu me pergunto: e daí? Você, provavelmente, pouco se importa com esse bolorento passado e também com esse presente nostálgico.

O fato é: o seu beijo ainda me faz salivar. Uma, duas, três, dez, quatorze... perdi a conta de quantas bocas toquei depois da sua. Nenhuma delas, entretanto, dançou no meu compasso. O teu gosto é indecifrável, sensível e arrebatador. Os homens, que foram poucos depois de mim – tenho certeza –, sofreram ao deixar você ir. Assim como doeu quando você pegou a estrada, deixando para traz um espólio de vagas lembranças.

Na última vez, nós comemos, bebemos e você pediu para eu não tentar. A tua respiração, porém, já estava no meu ritmo, a sua pele estava em contato com a minha e os seus lábios, que lábios, encostaram-se aos meus.  Droga, não consigo fugir do óbvio. Da mesma maneira que não soube evitá-lo quando você ainda era minha. Flores, bombons e declarações aos montes ou a falta disso tudo?!

Você me chamou para ir. Eu, ainda estagiário, fiz questão de pagar a conta. Não pensei em levá-la para um motel, lugar ermo ou rua deserta. Embora estivesse morrendo de vontade de te ver nua, sentir sua boca deslizando por meu corpo e, mais uma vez, selar o que ainda sinto por você.

Acelerei pela BR 381 rumo a sua nova e já antiga casa. Esse foi o seu pedido. Parei no meio do caminho. Precisava de mais um beijo. Esse foi rápido e sem emoção. Ele, logo, foi interrompido por um: “Tenho que ir embora. Não conte para ninguém o que aconteceu, ok?”.

Adeus.  

Espaço para vídeos experimentais em Belo Horizonte

DA REDAÇÃO
A partir da próxima quinta-feira, dia 1º de março, Belo Horizonte terá mais um espaço para ancorar videoinstalações. O Café Amostra, porém, receberá apenas propostas que venham na esteira de produções inusitadas, em locais não convencionais e de caráter experimental. Para inaugurar o espaço, o grupo 4e25 leva ao videowall um trabalho arquitetado também na literatura, como a intervenção "Edições Serpentinas", que tem como base livros encadernados com papelão e pintados à mão.

SERVIÇO
O quê. Abertura do Café Amostra
Quando. Dia 1º de março, às 19h 
Onde. Próximo ao Café Sesc Palladium (rua Rio de Janeiro, 1.046, centro)
Informações. (31) 3214-5350

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Nação Zumbi ao vivo

Registro de 2009 ganha forma física no próximo mês

Por Felipe Pedrosa
Para alimentar o espírito dos "mangue-boys" – principalmente em uma sexta-feira de Carnaval, a Deck Disc acaba de disponibilizar no You Tube um trecho da apresentação ao vivo do Nação Zumbi, que vai compôr o CD/DVD/LP a ser lançado em março deste ano.  

O show gravado em Recife há três anos atrás pontuou o fim da turnê "Fome de Tudo"  último registro inédito da trupe pernambucana. No vídeo inédito, a Nação divide o palco com os caras do Paralamas do Sucesso.

O registro ainda teve a participação valorosa e acalentadora de Fred 04, Arnaldo Antunes, Siba e a Fuloresta.

Aperte o play:


terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Agraciado pelo talento de Rooney Mara

Personagem Neopunk é a principal representante do longa-metragem na premiação do Oscar 2012

Rooney Mara protagoniza "Millennium (...)" ao lado de Daniel Craig

Felipe Pedrosa
Discorrer sobre a perspicácia de David Fincher à frente de um thriller é ser redundante. O diretor norte americano, afinal, já provou por “Se7en” (1995), “Fight Club” (1999), entre outros, o motivo para qual nasceu – aos 8 anos, David brincava de fazer filmes com a câmera portátil dos próprios pais.

Em “Millennium – Os Homens que Não Amavam as Mulheres” – filme que estreou no circuito comercial de Belo Horizonte há cerca de três semanas –, David foi agraciado com a interpretação da atriz Rooney Mara. Ela, no caso, interpreta a protagonista Lisbeth Salander, uma hacker de poucas palavras, muitas atitudes e diversas expressões.

Lisbeth, a propósito, é capaz de arrancar suspiros do espectador com o seu olhar – ora morto, ora com sobrevida. Não por menos, a nova-iorquina concorre ao prêmio de Melhor Atriz no Oscar 2012.

Filme. Baseado no livro homônimo do escritor Stieg Larsson, “Millennium – Os Homens que Não Amavam as Mulheres” é apenas o primeiro longa-metragem de uma trilogia, que, aliás, pode parecer escassa logo após a subida dos créditos finais. Porém, o filme capitaneado por Fincher é completo, recheado de mistérios, colapsos e intrigas. 

A continuação da trama terá de ser minuciosa. Caso contrário, o primeiro capítulo será o único representante a altura do cultuado best-seller. 

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Carros, bebidas, mulheres e terror

Contagem exporta o ritmo alucinante da Drunk Demons

Por Felipe Pedrosa
Drunk Demons. Carlos, Uander e Fernanda
Para falar de carros, bebidas, filmes de terror e mulheres, é preciso um som pesado, mas de qualidade e sincero. Assim, o Drunk Demons - formado por Fernanda (baixo), Carlos (bateria) e Uander (vocal e guitarra) arquitetaram as suas músicas no psychobilly. "O ritmo, geralmente, é associado ao surgimento do punk no fim dos anos 1970", explica Fernanda, anunciando, ainda, que o grupo, nascido em Contagem, vai tocar no "Psycho Carnival", em Curitiba. Detalhes no site:www.myspace.com/drunkdemons.


*Matéria publicada no jornal Super Notícia, do dia 10 de fevereiro de 2011

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Incógnita

"Nada dura nesse mundo, nem mesmo os nossos problemas"

"A Erva do Rato" foi exibido no festival de cinema de Veneza em 2008

Felipe Pedrosa
"A Erva do Rato" (2008) não é para todos os telespectadores. É óbvio que o longa-metragem do diretor Júlio Bressane passa longe da indústria do entretenimento, mas ele não se limita em ser apenas um filme autoral. 

Baseado nos contos "Um Esqueleto" e "A Causa Secreta" do escritor Machado de Assis (1839-1908), "A Erva do Rato" é erigido na relação entre duas pessoas (Alessandra Negrini e Selton Mello)  protagonistas sem nomes. E, como declarado por Alessandra Negrini à Folha de São Paulo, esse casal mal se olha, se toca ou se fala. O silêncio, aliás, é um dos recursos enigmáticos do longa.

Júlio Bressane traz à luz o avesso, o outro lado. Essa proposta, inclusive, revela o potencial dramático da protagonista. Alessandra Negrini, apesar de já ter trabalhado com Bressane em 2007, é sempre lembrada por suas personagens na teledramaturgia, formato presente em sua vida desde 1990. Ela, entretanto, é capaz de se dissolver e, ao mesmo tempo, se embrutecer diante das câmeras. 

Selton Mello dispensa apresentações. Ele, afinal, cresceu nas produções Globais, mas já havia provado que não está limitado a roteiros pré-concebidos e a dramas que levam ao mesmo desfecho.

Em "A Erva do Rato", é preciso ressaltar ainda a fotografia proporcionada por Walter Carvalho, que se transpõe para além da estética e complementa a própria trama como, por exemplo, na composição e tons expressos nas fotos que o protagonista faz da própria companheira.

A incógnita de "A Erva do Rato" nunca se dissipa. Ela apenas nos faz retornar ao seu primeiro diálogo: "nada dura nesse mundo, nem mesmo os nossos problemas. Você me disse o seu nome, eu lhe disse o meu é o que basta. Vamos viver juntos, logo saberemos tudo sobre nós dois, sobre nós mesmos". 

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Loungetude 46 lança "Brasileira"


Música agradável e sincera nas ruas de São Paulo

Felipe Pedrosa
Em novembro do ano passado, a banda paulista Loungetude 46 lançou o clipe da música "Brasileira". A faixa, que integra o disco "Ação e Reação", é agradável e sincera. O que condiz com o vídeo lançado, que traz em sua essência a pluralidade da mulher brasileira. Filmado nas ruas de São Paulo, o clipe teve a direção de Julia Barnabé.

A banda. Loungetude 46 foi formada em 2007 e já excursionou pela França e Reino Unido. Segundo o site oficial da banda, os seus integrantes estão atrelados aos elementos urbanos de São Paulo e aos timbres populares, sem esquecer do eletrônico e do acústico. A formação do grupo é Adolfo Moreira (baixo), Bruno Duarte (percussão e vibrafone), Mariana Degani (voz), Paulo Papaleo (bateria), Rafael Montorfano (piano elétrico), Remi Chatain (sax, flauta e violão) e Thiago Bandeiras (letras e performances). 


Santa semana


Família. Retrato para sempre na memória

Por Felipe Pedrosa
A estrada até Arcos, região Oeste de Minas Gerais, nunca me encantou. Enquanto o carro deslizava pela BR 262, preferi misturar a realidade estática com as aventuras de alguns cochilos. Aproveitei, assim, melhor a situação de passageiro.

Embora fosse início do feriado da Semana Santa, a estrada estava tranquila e em menos de duas horas minha irmã indicava onde é a casa nova dos meus avós maternos. “É nesse muro branco aí em frente”, disse a caçula da minha casa. Antes de tocar a campainha, imaginei que meu Vô Breu atenderia o portão vestido com seu guarda pó azul. Acertei! Afinal, ele deve ter uns 10 modelos iguais, todos no mesmo tom claro.

Com um sorriso no rosto, os dois vieram atender o portão. Minha avó, que estava ajeitando o almoço e o suco de caju para receber seus hóspedes, disse: “Tirei a cebola do feijão, meu filho”, contou, só para me agradar. Nos próximos dias, pratos típicos de Minas, como costelinha, angu e ovos caipiras, deram o gostinho de cidade do interior no nosso almoço.

A noite foi caindo e as novelas globais foram as nossas únicas companhias. “Vamos jogar Dama”, meu avô me chamou, sabendo que ia ganhar mais uma vez. As peças vão sumindo do tabuleiro e eu já sinto a calmaria que fez esses dois mineiros fugirem da Babilônia da região metropolitana de Belo Horizonte e fincarem o pé em Arcos, onde residem há dois anos.

Observando
Sentados em frente a nova casa, olhando para a praça recém construída, o Sr. Breu estende a mão e cumprimenta todos aqueles que passam. Aproveito o momento e pergunto para Dª Lourdes quantas plantas ela tem. “Deve ter umas 50, meu filho”, conta, citando o nome de algumas e lembrando que meu avô tem que terminar de consertar o galinheiro.

Não muito distante do Centro da cidade, vou e volto a pé. Observo o trem que passa com minério de ferro, as casas tão lindas e as pessoas que não esquecem de dar "dia", "tarde".  Nesse vai e vem, fiquei curioso em conhecer o cinema local, descobri que é realizada apenas uma sessão por dia e que a praça central é o reduto dos adolescentes, que praticam uma espécie de footing do século XXI.

“Bença vô, bença vó”, peço aos dois velhinhos ao mesmo tempo em que entrego um abraço de despedida.   Assim que vamos tomando distância, sinto um aperto no peito e chego a pensar: “até quando vou poder ver nos olhos deles a felicidade da vida nova e aproveitar a santa semana que eles entregam aos hóspedes tão queridos e aguardados?”.

Arcos. Reduto da tranquilidade


*Texto escrito em abril de 2011

domingo, 22 de janeiro de 2012

O ápice do Graveola

Fãs, curiosos e músicos ocuparam as duas plateias do Palácio das Artes

Felipe Pedrosa
O trânsito na calçada da Afonso Pena, nº 1.537, estava intenso. Os corações aguardavam ansiosos a gravação do primeiro DVD da banda belo-horizontina Graveola e o Lixo Polifônico. Aquela sexta-feira, dia 20, nunca mais seria a mesma. 

O gene do público da banda Graveola ainda é o mesmo de antes. Mas curiosos e músicos interessados em participar do primeiro rebento audiovisual dos meninos que transitavam pelas gramas da Universidade Federal de Minas Gerais também estavam ali. Plateia I e II, como esperado, lotadas.

Sexteto debruça sua safra musical sobre a psicodelia (foto: SouBH)


Confiante, o sexteto subiu ao nada modesto palco do Palácio das Artes para desfiar o repertório do disco "Eu Preciso de um Liquidificador". É claro que houve espaço para canções intimistas, como "Dois Lados da Canção", e outras mais dançantes, como "Insensatez: a Mulher que Fez", ambas gravadas nos discos pregressos.

A apresentação seguiu o scrip — sem deslizes e com a pegada pertinente ao som psicodélico da banda. O público, entretanto, ovacionou o vocalista e instrumentista José Luís, principalmente quando ele entoou o verso massificado pela imprensa mundial "aí se eu te pego", e aplaudiu efusivamente a doce e solar voz de Juliana Perdigão.

Após o sucesso da apresentação, com direito a exibição inédita do vídeo clipe da música "Farewell love song" e do público saltitante compartilhar o palco ao som de "Babulina's Trip", o Graveola passou rapidamente pelo edifício Maleta para brindar mais uma etapa dessa carreira iluminada.

O próximo show do Graveola e o Lixo Polifônico está marcado para fevereiro, no festival S.E.N.S.A.C.I.O.N.A.L, em Belo Horizonte.


Família Lopes na guitarra e percussão (foto: Ari Kellerman)

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

"A gente vai passar"

Felipe Pedrosa
Os dias seguiam o fluxo normal do tempo. Para alguns, as horas passavam rápidas demais. Para outros, elas eram muito lentas. Assim, cada um aproveitava os minutos como bem entendia. Planejando ou não os afazeres da data em vigor pelo calendário cristão, o sol se punha igualmente para todos. Eu, porém, parti para a casa de uma amiga – de onde não vi o sol se despedir.

A sua mãe me recepcionou com um sorriso e me convidou para entrar. O seu pai, que é mestre em passar uma garrafa de café, me convidou para algumas xícaras do líquido preto e saboroso. Até que ela veio ao meu encontro. Um abraço apertado selou aquela visita.

Recordações deram o tom do nosso bate-papo. Ali mesmo, na cozinha. A garrafa de café foi esvaziando e o assunto era inesgotável. Enquanto falávamos de colégio, o seu pai entrelaçava comentários sobre a casa, sobre os caminhões e sobre o percurso da vida daquela família – humilde, mas acalentadora.

Em determinado momento, ela me disse: “Lipe, o meu convite de formatura para você”. Abri com todo cuidado, afinal, ali dentro tinha o símbolo de uma conquista. A primeira frase do seu texto de agradecimento bateu forte em meu peito: “Um sonho que se sonha só é só um sonho que se sonha só. Mas sonho que se sonha junto é realidade”.

Na verdade, a frase é um verso de uma das músicas do baiano Raul Seixas. Entretanto, na sequência do texto, ela agradecia a minha presença durante os quatro anos da sua graduação em Ciências Contábeis.

Fiquei emocionado. Pois, nunca havia imaginado a minha participação nesta conquista. Até por que, não sei nada de contabilidade. Mas as palavras, os gestos, o carinho estiveram aninhados ao lado esquerdo do peito dessa menina.

Naquela tarde, conforme havia dito, não vi o sol se pôr. Mas observei o brilho nos olhos negros daquela menina, admirei a sede com que falava dos projetos futuros e compartilhei as emoções que, há longos dias, estão em ebulição no seu peito. Ela tem uma sede de viver que é arrebatadora!

Nay, assim como você assinou o fim do seu convite, eu lhe digo: “Deixar chegar o sonho, prepara uma avenida, que a gente vai passar”. 

Ingressos para o Los Hermanos estão acabando

Da Redação
Se tem um conselho para você que é fã da banda Los Hermanos e quer ver o show dos caras em Belo Horizonte é correr para comprar os seus ingressos dos shows a serem realizados em maio deste ano. Os convites para o sábado, dia 19, já estão esgotados. Agora, só restaram os ingressos do 2º lote para domingo, dia 20. R$ 60 é o valor de meia entrada e eles estão à venda no  Chevrolet Hall (av. Nossa Senhora do Carmo, 230, Savassi). Mais detalhes (31) 3209-8989.

Turnê passará por 11 capitais e celebra os 15 anos de banda

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Prêmio Sebrae de Jornalismo

Da redação
As inscrições para a 4ª edição do Prêmio Sebrae de Jornalismo foram prorrogadas até dia 31 de janeiro de 2012. Poderão concorrer pautas ligadas a empreendedorismo, cooperação, competitividade, inovação, inclusão produtiva, sustentabilidade e políticas públicas nas categorias impresso, radiojornalismo, telejornalismo e webjornalismo. 

Entre outras novidades desta edição do prêmio, destaca-se a categoria que vai premiar a cobertura jornalística em blogs e redes sociais. 

O resultado do concurso será revelado em junho deste ano e os prêmios variam entre R$ 25 mil e R$ 3 mil.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

50 episódios de "Chaves" serão restaurados

Episódios perdidos voltam a programação do SBT

Felipe Pedrosa
Infelizmente, não há novos episódios do seriado "Chaves". Mas, segundo a assessoria da emissora, 50 capítulos da saga mexicana serão restaurados para integrar a atração, transmitida de segunda a sexta-feira, às 18h15. Tratamento de áudio e de imagem estão incluídos nesse processo.

De acordo com sites dedicados aos seriados "Chaves" e "Chapolin", alguns capítulos foram integrados a programação em 2003. Entretanto, "A Cruz Vermelha", "As Panquecas da Dona Clotilde", "Os Refrescos do Chaves - parte I", dentre outros, ficaram arquivados por anos. 

Seriado, desenvolvido por Roberto Bolaños, está no ar desde 1984



terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Modz lança "Vícios"

Para tirar o fôlego e balançar o esqueleto


Felipe Pedrosa
O primeiro post de 2012 do blog A Alternativa tinha que ser sensual. Ninguém melhor que Naiara Beleza para inaugurar este novo ciclo. A dançarina, conhecida do público belo-horizontino, é a estrela do clipe "Vícios", da banda Modz. O vídeo é uma prévia do EP do grupo, que será lançado em fevereiro pelo selo Queijo Elétrico. Modz é formado por João (voz), Augusto Castelo (guitarra), Shell Rodriguez (baixo) e Saulo Ferrari (bateria).