segunda-feira, 24 de outubro de 2011

‘Dê um tapa e passe a bola’


Em 2009, FHC visitou um arsenal de armas apreendidas pela polícia carioca

Felipe Pedrosa
Sem apologias. Acredite!

O filme “Quebrando o Tabu”, embora trabalhe sobre a premissa da descriminalização das drogas – tendo sempre como foco a Cannabis Sativa –, não traz nenhum discurso a favor dos usuários de entorpecentes. O diretor Fernando Grostein Andrade, porém, define bem o seu ponto de vista: a maconha deve, urgentemente, ser descriminalizada.

Rodando o planeta – ora no Brasil, ora em outros países –, o personagem central do documentário é o ex-presidente do Brasil Fernando Henrique Cardoso. Ele, aliás, visita escolas norte-americanas, favelas brasileiras e aparece, vez ou outra, em entrevistas aos telejornais da emissora do jardim Botânico, a rede Globo. FHC, ainda, explica o porquê não entrou nesse assunto quando exercia o cargo de presidente, entre 1994 e 2002. “Eu não tinha consciência e gravidade do que significava esta questão, naquela época, como eu tenho hoje”, disse diante das câmeras.

Com a fluidez de uma comédia romântica, o longa-metragem é digestivo e apenas complementa o pensamento de quem já problematizava as ações contra os usuários de drogas. Para quem sempre evitou o assunto e, consequentemente, estabeleceu um preconceito, o documentário abre a mente, principalmente, por trazer em destaque entrevistas com personalidades internacionais, como Bill Clinton, Drauzio Verella, Jimmy Carter, Paulo Coelho, entre outros.

Apesar de erguer a questão da descriminalização e fundamentar o discurso em importantes figuras, “Quebrando o Tabu” peca por não trazer o ponto de vista de dependentes químicos. Apenas um rapaz, usuário de maconha, foi entrevistado.

Afora as falhas e as “celebridades”, o documentário é rico em arquivo de imagens e em dados  tanto nacionais, quanto internacionais. Assim, o vídeo calha, é claro, como ótimo objeto de estudo e fonte de pesquisa. 

Um comentário:

  1. "O documentário abre a mente"... Sei! Hahaha.
    Não vi e até hoje não me despertou interesse para assistí-lo. Quem sabe dia desses...

    Altos pontos negativos do doc, boa percepção.

    Bj

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