Documentário sobre a banda Ratos de Porão, apesar de leve, é um prato cheio para os admiradores e pesquisadores do punk rock
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Banda. Jão, remanescente da primeira formação, João Gordo, Boka e Juninho – o caçula do Ratos de Porão |
Felipe Pedrosa
Os documentários, geralmente, são arquitetados sobre as imagens de arquivo – que, consequentemente, resgatam uma época pregressa e de poucos recursos audiovisuais. O longa-metragem "Guidable: A verdadeira história do Ratos de Porão", porém, é mais atrativo pela cronologia das entrevistas, ora com os fundadores do grupo, ora com os atuais integrantes. Lançado em 2008 e com direção de Fernando Rick, o filme flui de maneira leve. Mas, apesar do audiovisual ser mais límpido do que a música do Ratos de Porão, ele é brutal na importância musical e rico em informações, que vagavam, sem sombra de duvidas, apenas nas mentes dos precursores do punk no Brasil.
Formada no fim dos anos 1980, o Ratos de Porão despontou na cena punk integrando o festival “O Começo do Fim do Mundo”, em São Paulo, – evento responsável em reunir outras bandas do gênero. Apesar da quebradeira financeira dos rapazes, o grupo foi convidado – ainda sem a presença do João Gordo – a integrar a primeira coletânea punk brasileira, a “FUB”, recheada ainda com o primeiro registro sonoro do Cólera.
Comentando álbum por álbum, a história e curiosidades dos discos se fundem a entrada e a saída de músicos; ao consumo abusivo de drogas e álcool; e a assinatura com a Eldorado, que reverberou em apresentações nos programas da Angélica e do Gugu Liberato, até os lançamentos independentes e o mais atual, pela Deckdisc, o “Homem Inimigo do Homem” (2006).
A importância musical do Ratos de Porão, aliás, vai desde o diálogo do punk rock com o metal do Sepultura – João Gordo e os irmão Cavalera viraram muito amigos nessa época – até a banda ser a primeira da América Latina a lançar um disco do gênero musical, o “Crucificados pelo Sistema”, em 1984.
A narrativa eficaz dos músicos não necessitaria, a princípio, de outros convidados. Entretanto, nomes como Redson Pozzi (1962-2011), fundador do Cólera, e Igor Cavalera, ex-sepultura, enriquecem o documentário.
Curiosidade: "Guidable" é, conforme o vídeo explica, um termo criado pelos integrantes da banda para definir confusão mental, bagunça generalizada ou, simplesmente, um "sei lá". Ótimo para substituir a palavra FODA-SE.
O longa-metragem está disponível no YouTube.
Salve, salve simpatias. O filme foi dica do meu brother Sapu, não tão conhecido como Weber Jorge.
ResponderExcluirLegal você sacar essa diferenciação dos docs entre imagem de arquivo e entrevistas.
ResponderExcluir"Ótimo para substituir a palavra FODA-SE".Boa!!!
Ps.1: Você gostou do "pregressa" e "reverberou". Nuu!
Ps.2: Ô, eu comentei nesse também.
Ps.3: Não gosto desses moços, mas como foi uma indicação do Sapu eu vou ver. Hahaha!
Bjo