domingo, 18 de setembro de 2011

Ele ainda é potente

Erasmo Carlos mostrou seu “Sexo” nanoite do dia 17 de setembro em Belo Horizonte

Trilogia. Erasmo lançou "Rock'n'Roll", "Sexo", e
promete o derradeiro álbum da série.
Felipe Pedrosa

Ele não rebola. Não pula. Não dança. E, é claro, não faz cenas sensuais/sexuais com o pedestal. Ainda assim, ele é um homem potente.

Comemorando 50 anos de carreira – “Carreira não. Hoje essa expressão tem outro significado. 50 anos de estrada”, corrigiu o Tremendão –, Erasmo Carlos não canta, ele ruge. Comesse peso vocal, ele costurou canções pregressas e a sua nova prole no show realizado dia 17 de setembro em Belo Horizonte. Apesar do público não comparecer como o esperado no Chevrolet Hall, o artista demonstrou alegria em fincar mais um show na terra das alterosas.

Logo após uma breve introdução, que tinha como essência o sexo – título do seu mais recente trabalho e da turnê –, Erasmo entrou no palco para emplacar a canção “Kamasutra”. Com olhos atônitos, boa parte do público não conhecia a letra, mas sabia que aquele rock’n’roll era mesmo do Tremendão. Dali em diante, ele foi tecendo um novelo de novas canções, como “Sexo é Vida", "Roupa Suja" e "Jogo Sujo”, e de outras imortalizadas ao longo dos anos – vale destacar “Mesmo que Seja Eu” e "Mulher".

Enquanto relembrava hits e mandava beijinhos para as fãs, Erasmo declarou: “seos Stones vieram aqui e não tocarem ‘Satisfaction’, eles não vieram. Se o Roberto vier e não fazer ‘Detalhes’ não valeu. O Los Hermanos vem e não toca ‘Ana Júlia’, fica todo mundo triste. Como eu não quero ninguém triste...”, antes de começar a romântica “Gatinha Manhosa”, que precedeu “É Proibido Fumar” e “É preciso Saber Viver”.

Versátil. Considerado um rock star tupiniquim, Erasmo não se limitou nesses 50 anos a dilacerar guitarras. Ao lado de Roberto Carlos – seu parceiro da jovem guarda intitulado o "Rei da Juventude" pelo mestre Chacrinha, em 1966 –, eles lançaram canções românticas – aquelas, segundo o próprio Tremendão, que sempre tocavam em motéis –, canções políticas – tratando exclusivamente de ecologia e natureza –, e clássicos do ye, ye, ye.

Não faltando nenhuma dessas veias musicais, ele fez um medley de canções populares, como “Sentado à beira do Caminho”, “Eu te amo, te amo, te amo”, “Detalhes”, “Café da Manhã”, dentre outras, ao som do piano.

Já em clima de adeus, ou "até sempre", o músico fez um teatrinho até voltar para fazer "Cover" e "Festa de Arromba", que pontuou o fim da sua apresentação.


Fatal. No próximo sábado, dia 24, Roberto Carlos apresenta-se no Mineirinho. Tal fato, logicamente, afetou o show do Erasmo. Embora Roberto seja o Rei, Erasmo é rock'n'roll e merecia um público muito maior na sua passagem pela capital mineira. Os organizadores, entretanto, deveriam ter optado por um teatro, onde o show seria mais intimista e, ao mesmo tempo, confortante para o Tremendão.

Confira o clipe da música "Kamasutra":



Um comentário:

  1. Amei teu lead e estou surpreendida com a riqueza de detalhes que você lembra pós-show sem anotar nada. Quando crescer quero ser assim. Rs.

    Bacana a cobertura e a observação final.

    Abs

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