terça-feira, 20 de setembro de 2011

Falta potência sonora

Nada de especial, mas é bom ouvir suas novas composições

Prole. Última faixa do disco é cantada pelo filho do músico

Felipe Pedrosa
Letrista ímpar, o pernambucano José Paes de Lira vem à baila com seu primeiro disco solo, “Lira”. Após fincar uma pedra em cima dos treze anos com o Cordel do Fogo Encantado, transitar pelo cinema, teatro e literatura, o compositor veste-se da musicalidade pop e abandona os apetrechos regionais. 

Disponibilizado em seu site oficial no dia 11 de setembro, “Lira” traz 12 canções calcadas na arquitetura poética pertinente à Lirinha. Considerando que ele nunca prendeu-se a um estilo cronístico ou a metrificação de suas letras, o trabalho solo não é tão inovador como o esperado.

Transparecendo uma espécie de cordel psicodélico, o disco – que será lançado oficialmente no dia 1º de outubro – é palatável e suave. Mas peca pela falta de potência sonora. Em todas as músicas há uma valorização de guitarras, teclados e sintetizadores. É possível, aliás, esperar a avalanche de tambores logo após os primeiros versos de cada uma das faixas.


”Lira”, aparentemente, não veio para saciar a fome dos inúmeros fãs de Cordel do Fogo Encantado. O disco está mais para uma realização intimista e reafirmação da lírica visionária do músico.

Coletivo. Lirinha está sempre bem acompanhado – diga-se, principalmente, pela companhia da atriz Leandra Leal. Em “Lira”, não seria diferente. Além da produção, Pupillo (Nação Zumbi) participa praticamente de todas as faixas. O álbum ainda conta com a criatividade e talento de Bactéria (Mundo Livre s/a), Neilton (Devotos), Ângela Ro Ro, Otto, Luisa Maita, Fernando Catatau (Cidadão Instigado), Bozó, dentre outros.

Contudo, a participação mais valorosa é do músico Lula Côrtes, que faleceu em março passado. A sua última participação artística, tocando tricórdio, foi no álbum solo de Lirinha, na música “Adebayor”.

Vale ouvir. “Ela vai dançar”; “Sidarta”; e “Memória”.
Disco em: http://www.josepaesdelira.net/



2 comentários:

  1. Sem meus tambores?!? A nem...
    Vou escutar o CD e te digo se tive a mesma impressão.

    Curti os termos específicos e toda o conhecimento de cultura que lançou no texto. Tá fino!

    Ps.: Eu diria que a Leandra Leal é quem está bem acompanhada.

    Assinado um fã/tiete do Lirinha :P

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