"Sushi", Tulipa Ruiz
"É isso que dá contar com o certo
Nem sempre o amor se encontra tão perto"
Rodopiou
pela rua. Subiu no banco de um ponto de ônibus qualquer e dançou no meu compasso.
Deu-me as mãos. Abraçou-me. Cantou Otto. Imitou os trejeitos de Otto pela rua
cinza, mas iluminada por sua presença. Não viu a noite passar, mas viu o sol
nascer sem foco. Nesse instante, o único brilho no seu olhar era por conta dos
raios solares – eles cortaram seus sonhos. O silêncio se fez. “Os dias passam”, escutou. Passaram. Dias,
semanas e, talvez, meses. Uma alegria nasceu de dentro para fora. Que gosto é
este? Que cheiro é este? Que toque é este? Não precisou ter respostas, apenas a
experiência tátil. Mas os dias passam...